
Ubatuba, escute a minha prece,
Talvez eu não mereça que a atendas,
Mas se eu merecer, faça isso por mim:
Quando eu vier cansado de longa caminhada,
Dá-me a sombra de tuas árvores
À beira da estrada
Dá-me também às águas cristalinas
Que rolam nos teus seios como se fossem prantos
Prantos doridos por não poderem
Levar a ti também uma prece.
Quando eu estiver triste
Sem nenhuma inspiração/
Dá-me o verdor de tuas matas
Que me inspirarão
Dá-me também a cantiga dos teus pássaros,
Cantigas tristes pro não poderem
Levar a ti também uma prece.
Quando eu estiver doente no leito
Já às portas da morte,
Dá-me coragem para não desesperar,
E quando estiver morrendo,
Na última agonia, inda lhe peço:
Dá-me um pedaço de sua terra fria
Para me enterrarem.
Terra úmida, molhada, cansada
De chorar, por não poder
Levar a ti também uma prece.
Mas por eles todos Ubatuba! Eu lhe levo esta prece,
Veja se quem a faz merece,
Rogue por eles e por mim também,
Faça com que todos nós
Sejamos felizes ao teu lado
Até a eternidade,
Amém!
Autor: JOSÉ CARLOS DE GÓIS
Poesia vencedora do II Festival de Poesias “28 de Outubro”
Outubro de 1.969
Publicada na antologia “20 ANOS DE POESIA”
FUNDART E
MASSAO OHNO EDITOR – 1.988
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