
Abandono-me ao sopro do vento morno
que na tarde em retirada
brinca com os meus cabelos
nas folhas de plantas rasas
que cobrem de um verde musgo
a parte alta da praia deserta
em jundu
de singela festa.
No canto
onde o rio de si se escorre
é lago
quando a maré é cheia
e galgo
quando em vazia se esconde
o pescador que chega
de longe
da crista da onda mansa
embica sua canoa
ponte infinita
frágil sutil sinuosa
que a remo se multiplica
boiando em aquarela
em verdes-azuis transparências
onde flutua seus sonhos
a flutuar sua lida
e de onde recolhe os frutos
para colher sua vida.
Em sua rotina de reta
o horizonte se engravida
empina-se em curvatura
arredonda-se em barriga
para parir a lua
e resplandecer a noite
imensamente.
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