Amanheceu, era domingo.O sol já estava alto no céu quando Cidinha acordou. Deu uma espreguiçada e levou a mão para achar o marido na cama. Encontrou a coberta embolotada e o travesseiro vazio. Pulou da cama, e andou pé ante pé para não fazer barulho e espiar o que o marido estava fazendo. Lá estava ele! Ligeiramente esvaziava uma mochila, para encher com um par de chuteiras, toalha, e outros apetrechos para o famoso futebol com os amigos.
Então era isso? Mais um domingo igual a tantos outros. Ele ia para a farra com os amigos, e ela seria despejada feito uma trouxa na casa de sua mãe para mais um almoço em família.
E que almoço! Era sempre a mesma coisa. De uma hora para outra a casa se enchia de gente. Crianças correndo e atropelando todo mundo. As mães largando mão de tomar qualquer atitude a respeito das algazarras. Sua mãe enlouquecida que o fogão está com problema. Anunciando em autos brados e colher de pau que a bóia vai atrasar. Seus cunhados discutindo os jogos da rodada se encharcando de cerveja. Suas cunhadas trazendo um caderno de receitas de como engravidar em uma semana, pois não se conformam com a sua decisão de não ter filhos. A vida de todo mundo é julgada e condenada por aquelas bocas santas todos os domingos
Depois do almoço, a sobremesa vem com os comentários e fofocas sobre parentes distantes, vizinhos de perto e adjacências.
No meio da tarde o café com bolo dá o tom da insatisfação com a comilança do almoço, ai os parentes ainda se digladiam com os últimos tapeware da mamãe,que sempre levam e não devolvem.
Ah dez anos é assim. Antes era pior. Quando seu pai ainda vivia. Todos os domingos ele sumia na parte da manhã, e só chegava depois que todos haviam almoçado para desespero de sua mãe, que começava um bate boca interminável com seu pai.
Cidinha voltou ao quarto. Pegou seus apetrechos de banho. Entrou no banheiro, ligou o chuveiro e se encarapitou no box deixando á farta água escorrer pelo seu corpo.
Um turbilhão de vinganças lhe passou pela cabeça e caiu no ralo levado pelas águas do chuveiro. Não tinha coragem de fazer nenhuma. Vai que dá errado?Não, não, de jeito nenhum. Seu marido era um homem bom. Nada lhe faltava. Se ele se aborrecesse, podia deixá-la.Não era todo dia que aparece um homem disposto a ficar casada com uma mulher que não queria filhos. Ele podia muito bem estar casado com outra e com uma penca de filhos.
Cidinha balançou fortemente a cabeça aspergindo a água do chuveiro que ensistia em afogá-la. Olhou no espelho acima da pia, fez uma careta com o que viu. Uma mulher quase sem graça, com a cara ainda amarrotada de tanto dormir.
Suspirou forte, simultaneamente desligou o chuveiro.Enxugou-se. Vestiu-se.Foi preparar o café.
Na sala, seu marido conectou o cabo no celular e pô-lo para carregar na tomada.Foi à cozinha, beijou a mulher e tomou seu lugar á mesa.
Mecanicamente Cidinha serviu-lhe o desjejum.
Titubeou um pouco, olhou para o marido e comentou:
_ Vou aproveitar que você vai sair, e vou sair também.
_Tudo bem! Eu te dou uma carona como sempre, deixo-a na casa de sua mãe, completou o marido como de costume.
_ Não precisa, disse ela dando às costas para seu marido, indo buscar o leite que chiava na chaleira no fogão.
_ Como não precisa? Você vai como?
_ Não vou à casa de minha mãe hoje, tenho outros planos para esse domingo maravilhoso.
_ Tà bom, disse ele desconfiado.
O jogo corria no seu normal, com erros e acertos embrulhados em palavrões no meio e fora do campo.Sem concentração o marido de Cidinha foi expulso por acertar a perna de outro jogador.
Sua mulher estava mostrando as garras. Onde será que ela foi? Não ia dar o braço a torcer. Não ia perguntar por nada desse mundo.Afinal era ela quem tinha que falar, afinal ela lhe devia satisfações.
Foi para o chuveiro. E quando a água jorrava no seu rosto.Um sentimento diferente tomou-lhe o corpo, a alma. Lembrou que há quase dez anos não sabia o que era passar um domingo inteiro em casa com sua mulher. Até mesmo fazer um programa qualquer juntos.A ditadura da mesmice lhe roubara isso. Enxugou-se mais ou menos, o suficiente para vestir à roupa. Tomou o carro. Correu para casa enlouquecido.
Adentrou a casa aos berros: _Cidinha, Cidinha, cadê você meu amor?
Percorreu a casa toda, mas ela não estava lá.
Jogou-se no sofá desanimado. Parecia despertar de um pesadelo de dez anos. Quantos domingos jogados fora com quem não se importava com ele. Como fora egoísta.
Estava viciado no futebol com os amigos. Havia colocado aqueles marmanjos em primeiro lugar em sua vida, e deixara de lado a sua Cidinha.
Adormeceu.
_Amor acorde, o que aconteceu, não teve jogo? Dizia Cidinha acordando o marido que dormia todo torto no sofá da sala.
_ Jogo teve. Eu não participei porque me lembrei que tenho um compromisso com você hoje, vou levá-la ao cinema.
E domingo que vem vamos ficar juntos, nem que seja na casa de sua mãe.
Cidinha fez uma cara de vitória... Só seu marido não viu.
_ Ta bom marido, vamos tomar banho...
Fátima de Souza
Quem sou eu

- Silmara Retti escritora
- Ubatuba, Litoral Norte, Brazil
- Sou a Silmara, uma pessoa simples, risonha e de bem com a vida! Sou Coordenadora do Blablablá PositHivo, desenvolvido em parceria com a Prefeitura Municipal de Ubatuba, que tem como objetivo levar informações de DST/Aids em escolas e comunidades através do meu depoimento.Como coordenadora de literatura da Fundart criei o Projeto Psiu com a finalidade de descobrir e apoiar novos autores.Fui escritora sobre o Projeto Furnas, em Ubatuba.Tenho 25 crônicas classificadas em Concursos nacionais,inclusive o conto O Menininho Perdido classificado no concurso de Antologia Ponte dos Sonhos, na Alemanha e o poema Brava Gente de Ubatuba em Guadalaraja.Sou autora da cartilha Ambiente Vivo e do livro Flash, Você sabe o que eu tenho? Eu tenho amores, dores,senhores, sabores...Eu tenho atitude.E VOCÊ? Silmara Retti é madrinha do DTPK crew
Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba
O que é?
A Fundart foi criada em 1987, com o objetivo de desenvolver a política cultural do município. Mantida pelo poder público é uma fundação pública de direito privado, administrada por uma Diretoria Executiva e Conselho Deliberativo.
Está sediada na Praça Nóbrega, 54 – Centro – no prédio do antigo Fórum.
O que faz?
O “Projeto Arte para Todos” engloba em 2010 as oficinas culturais: Ballet Clássico, Teatro Adulto, Dança Contemporânea (adulto), Piano, Teclado, Artes Plásticas, Desenho Infantil, Artes Circenses, Teatro Infantil, Violão, Dança Contemporânea Infantil, Dança do Ventre, Percussão, Instrumento de Sopro e Coral com total de 975 alunos.
Biblioteca Municipal "Ateneu Ubatubense"
Tem acervo de 25 mil títulos, aproximadamente, e funciona no prédio que sediou a prefeitura de 1964 à 1984. Brevemente teremos a digitalização do acervo que poderá ser consultado via internet; esse trabalho está em andamento. O atendimento ao público é das 08h00 às 18h00 e aos sábados das 09h00 às 13h00.
A Fundart foi criada em 1987, com o objetivo de desenvolver a política cultural do município. Mantida pelo poder público é uma fundação pública de direito privado, administrada por uma Diretoria Executiva e Conselho Deliberativo.
Está sediada na Praça Nóbrega, 54 – Centro – no prédio do antigo Fórum.
O que faz?
O “Projeto Arte para Todos” engloba em 2010 as oficinas culturais: Ballet Clássico, Teatro Adulto, Dança Contemporânea (adulto), Piano, Teclado, Artes Plásticas, Desenho Infantil, Artes Circenses, Teatro Infantil, Violão, Dança Contemporânea Infantil, Dança do Ventre, Percussão, Instrumento de Sopro e Coral com total de 975 alunos.
Biblioteca Municipal "Ateneu Ubatubense"
Tem acervo de 25 mil títulos, aproximadamente, e funciona no prédio que sediou a prefeitura de 1964 à 1984. Brevemente teremos a digitalização do acervo que poderá ser consultado via internet; esse trabalho está em andamento. O atendimento ao público é das 08h00 às 18h00 e aos sábados das 09h00 às 13h00.
Grupo de Literatura Fundart Projeto PSIU

Projeto Blablablá POsithivo

domingo, 15 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
SESSÃO PIPOCA LITERÁRIA

I BATALHA DE FREESTYLE NO CASARÃO DA FUNDART
I BATALHA DE FREESTYLE NO CASARÃO DA FUNDART


Projeto TAMAR - Livro Infinitivos

Lançamento do livro Infinitivos Projeto TAMAR

EDGAR iZARELLI



A CASA VINICIUS DE MORAES
O CADERNO TOQUINHO

Brasileira
Resumo escrito:jasmine202
A literatura brasileira nasceu do encontro de vários fatores, fatores esses políticos, ideológicos e históricos. Para que a literatura brasileira se firmasse ocorreu uma quebra de paradigmas. Rupturas foram feitas como forma de consciência do passado histórico do país.
Porém, antes disso, a Carta de Pero Vaz de Caminha representou um marco na literatura feita no Brasil. Através dessa carta houveram as primeiras impressões sobre o país. Até 1627 a literatura era chamada de Literatura de Informação.
Nesse tipo de literatura havia a descrição da vida dos índios e seus costumes. A tônica da literatura informativa era a preocupação com o ouro e pedras preciosas encontradas no país.
A literatura feita pelos jesuítas também foi signficativa. Houve uma análise mais perpicaz e crítica da realidade brasileira. Anchieta foi um deles. Poeta e dramaturgo se importa em fazer estudos literários. Usava em suas obras o português e o tupi.
Já vemos na carreira literária de Gil Vicente o primeiro documento do teatro português. Os autos de Anchieta aqui no Brasil mostravam de forma alegórica e histórica as cenas brasileiras.
No século 17 houve um crescimento da historiografia no Brasil surgindo poetas e estudiosos sobre áreas geográficas do país. Houve assim uma valorização do caráter informativo e referencial se baseando ainda na presença da cultura européia no Brasil.
Origens da Literatura Brasileira Originalmente publicado no Shvoong: http://pt.shvoong.com/humanities/243760-origens-da-literatura-brasileira/
Resumo escrito:jasmine202
A literatura brasileira nasceu do encontro de vários fatores, fatores esses políticos, ideológicos e históricos. Para que a literatura brasileira se firmasse ocorreu uma quebra de paradigmas. Rupturas foram feitas como forma de consciência do passado histórico do país.
Porém, antes disso, a Carta de Pero Vaz de Caminha representou um marco na literatura feita no Brasil. Através dessa carta houveram as primeiras impressões sobre o país. Até 1627 a literatura era chamada de Literatura de Informação.
Nesse tipo de literatura havia a descrição da vida dos índios e seus costumes. A tônica da literatura informativa era a preocupação com o ouro e pedras preciosas encontradas no país.
A literatura feita pelos jesuítas também foi signficativa. Houve uma análise mais perpicaz e crítica da realidade brasileira. Anchieta foi um deles. Poeta e dramaturgo se importa em fazer estudos literários. Usava em suas obras o português e o tupi.
Já vemos na carreira literária de Gil Vicente o primeiro documento do teatro português. Os autos de Anchieta aqui no Brasil mostravam de forma alegórica e histórica as cenas brasileiras.
No século 17 houve um crescimento da historiografia no Brasil surgindo poetas e estudiosos sobre áreas geográficas do país. Houve assim uma valorização do caráter informativo e referencial se baseando ainda na presença da cultura européia no Brasil.
Origens da Literatura Brasileira Originalmente publicado no Shvoong: http://pt.shvoong.com/humanities/243760-origens-da-literatura-brasileira/

A TRAJETÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA
Cilly Bueno - colaboradora literária

Iracema- José de Alencar
E agora José? - Carlos Drummond
Patativa do Assaré
O PATO TOQUINHO

DOM CASMURRO - Machado de Assis
A TRISTE PARTIDA - Patativa do Assaré


VITRINE


Graforréia Xilarmônica - Literatura Brasileira
Acordo ortográfico - acento

No Meio do Caminho - Carlos Drummond
O Presidente Negro - Monteiro Lobato
Triste Fim de Policarpo Quaresma” - Lima Barreto
A imaginação nos dá asas!

O CORTIÇO
O livro da Aninha Fernandes traduzido em japonês( rsrsrs)

Sarau Literário Fundart

EU -Augusto dos Anjos
O Primo Basílio - Eça de Queiroz
Um pouco de Edgar Izarelli
Abro a janela,
deixo a noite entrar
Nos sonhos
da minha alma!
Edgar Izarelli de Oliveira
deixo a noite entrar
Nos sonhos
da minha alma!
Edgar Izarelli de Oliveira
Leitura na rede

Nenhum comentário:
Postar um comentário