
A descoberta foi em Yemen na Arábia, quando cabras pastavam e ao consumir o fruto mostraram-se animadas. Os árabes foram os primeiros a cultivar a planta e daí o nome científico de uma das espécies mais importantes, a Coffea arábica. A planta é nativa da Etiópia, país do continente africano. É conhecida há aproximadamente mil anos no Oriente Médio, na região de Kafa, e por isso o nome café.
Hoje o Brasil é o maior produtor mundial de café e o segundo maior consumidor, em primeiro está os Estados Unidos. Mas sua trajetória antes de chegar em terras brasileiras foi extensa e rodeada de muitas histórias, passando por diversos países que guardavam a descoberta a sete chaves.
O café também foi conhecido como bebida do diabo e tempos depois abençoado pelo Papa. Reconhecido como produto medicinal e renegado por algumas nações. Aqui ele chegou com ar romanceado e escuso. O jovem e oficial Palheta saiu daqui com a missão de pedir ao rei da França uma muda, uma vez que nosso solo era promissor. O pedido lhe foi negado, mas o romance secreto com a esposa do mesmo lhe rendeu bons frutos, digo os nossos frutos. Ela na despedida colocou escondida e corajosamente as sementes que prosperaram e garantiram nossa riqueza.
Palheta chegou com as sementes em 1727 ao norte do país, no Pará. Mas foi no Rio de Janeiro que se iniciaram as grandes plantações, estendendo-se para Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba, porta de entrada ao estado de São Paulo e em pouco tempo, tomando conta do Vale do Rio Paraíba, depois Minas Gerais, e assim em todo o país, chegado ao norte do Paraná, hoje o maior cultivo nacional.
Lembrando que Ubatuba pertencia neste tempo ao estado do Rio de Janeiro e por questões políticas e transferência do porto para Santos, passou a ser o sexto município de São Paulo em 26 de fevereiro de 1731. Naquela época aqui em Ubatuba existiam enormes plantações cafeeiras, por isso nossa mata atual é secundária em sua maior parte, hoje regenerada. Nossa cidade, com ares sedutores, está significativamente inserida em todos os momentos de grandeza nas páginas históricas de nossa nação, então porque não brindarmos com uma boa xícara de café, com um aroma irresistível e um sabor peculiar brasileiro? E depois: ‘Vá pela sombra’, aproveitando a expressão nascida nas varrições de café, onde os trabalhadores ficam varrendo as sementes em direção de sua própria sombra, acompanhando o movimento do sol para não comprometer a qualidade na secagem das sementes de café.
Matéria Publicada na Ubatuba em Revista de Novembro #10
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