
Nascido em 1929, um dos três membros do grupo vanguardista Noigandres e fundador do Concretismo, Haroldo Eurico Browne de Campos parte de uma poética pautada nas invenções de James Joyce, Gertrude Stein e os estudos de Ernest Fenolosa sobre o chinês para desenvolver suas inovações. Do primeiro, toma emprestada a idéia de uma escrita "verbivocovisual"; da segunda, herda a famosa definição: "prose is a kind of concrete poetry with justified margins" (prosa é um tipo de poesia concreta com margens justificadas); do último, busca a compreensão das palavras como disposições ideogrâmicas. Deslocando, a princípio, a sintaxe lingüística para o branco da página, usado também como intervalo silencioso estrutural ao poema e ao sentido, o poeta superpõe as palavras criando montagens lexicais e valorizando o lado material do signo lingüístico. O desenvolvimento de sua poética o levou a escrever um dos livros mais radicais dos anos 80, ‘Galáxias’, um experimento barroco-contemporâneo elogiado por Octavio Paz e Marjorie Perloff, entre outros. Um dos grandes teóricos da tradução e ensaísta combativo, Haroldo de Campos tem um peso decisivo para as gerações que o sucederam.
obras
Auto do Possesso (1949)
Revisão de Sousândrade (1964)
Teoria da Poesia Concreta (1965)
A Arte no Horizonte do Provável (1969)
Xadrez de Estrelas (1974)
Signantia: Quasi Coelum (1979)
Galáxias (1984)
A Educação dos Cinco Sentidos (1985)
Finismundo: A Última Viagem (1990)
Metalinguagem e outras Metas (1992)
O Arco-Íris Branco 1997)
Crisantempo (1998)
A Máquina do Mundo Repensada (2000)
Nenhum comentário:
Postar um comentário